A entrevista é um espaço de exposição, de exploração de experiências, então, tenha claro o que você tem para mostrar e argumentar.
Tenho observado muitos comentários e sugestões nas mídias sociais sobre esse assunto, todas válidas, obviamente. Ressalto a importância de um bom preparo para o momento da entrevista, tanto nos aspectos técnicos como nos aspectos emocionais.
Como headhunter vou considerar tão somente minha vivência nesse campo, onde atuo há mais de 30 anos. Neste tempo, vivenciei os vários momentos diferentes em relação às práticas, conceitos, técnicas de entrevistas, aplicações de testes, etc.
Atualmente, diante das novas tecnologias, muitas coisas mudaram durante as fases do processo seletivo, mas não mudou a essência da entrevista, o encontro entre selecionador e candidato. Esse evento —- o momento da entrevista —- ainda gera tensões, dúvidas, angústias e desconfortos para ambas as partes.
Como disse inicialmente, observa-se várias publicações abordando esse evento denominado entrevista, cujo objetivo é compartilhar informações, oferecer esclarecimentos, modelos, dicas, etc., na tentativa de oferecer uma condição de aprendizado para alguns profissionais passarem por esse momento difícil e, às vezes, desconfortável. No entanto, em algumas dessas situações, pretende-se oferecer a ajuda, observa-se um toque de sucesso com pouco esforço, bastando seguir algumas dicas ou passo a passo, independente das características pessoais, qualificações técnicas, das variáveis sociais, econômicas e política pelo qual passa o mercado de trabalho. Valoriza-se em demasia um lado dessa intrigante relação entre oferta e demanda, sem levar em consideração a dinâmica do processo, da economia, dos avanços tecnológicos, os critérios de exigências, critérios de análises, requisitos da posição, etc. Ressalto a importância do currículo, pois ele representa as experiências do profissional antecipadamente, portanto, são validadas as informações esclarecedoras, educativas e as oportunidades de aprendizado colocadas à disposição de inúmeros profissionais que necessitam de algum tipo de ajuda.
Nosso objetivo hoje, aqui, dada a importância do tema, é priorizar a entrevista como sendo o “grande momento” do processo seletivo. É nessa fase, que na minha experiência, ainda observamos acertos e erros que precisam ser discutidos e esclarecidos para contribuir com as pessoas que, eventualmente, necessitam de tais informações e ajuda.
Para alguns profissionais fazer a entrevista de emprego passou a ser algo rotineiro e comum, não trazendo nenhum estado emocional diferente, nenhuma preocupação adicional, mantendo a facilidade de comunicação para relatar sua experiência profissional. Para outros, a entrevista ainda continua sendo algo extremamente ansiógeno, gerando preocupações em demasia, desconforto, às vezes, insônias, taquicardia, etc.
Por que isso ocorre?
Todas as vezes que saímos da zona de conforto, daqueles ambientes que nos são familiares e conhecidos, onde há certo domínio sobre as situações e sobre as pessoas, podemos entrar em ansiedade. Situações e ambientes desconhecidos, de exposição, de estar sob avaliação, dentre outras, nos deixam inseguros, fragilizados, ficando prejudicada nossa capacidade de pensamento, de fazer conexões e de exercer pleno controle emocional. Sob tais condições temos as funções fisiológicas, cognitivas e emocionais alteradas, também produzindo os suores, gagueiras, esquecimentos, confusão de pensamentos, etc.
O momento da entrevista por si só, que também é uma situação nova, gera desconfortos emocionais e nos deixa apreensivos. Outro fator que pesa muito é a condição de estar sendo observado e avaliado por outra pessoa desconhecida. Para o profissional a vida dele está ali, naquele momento, às vezes, com um tempo muito curto para relatar tanta experiência e vivencias profissionais. Diante da tensão que surge e paira durante a entrevista, o nosso organismo reage dessa forma a essa situação imaginária de ameaçada. No entanto, às vezes, essas emoções são tão exageradas e aparecem com tal intensidade que prejudicam o desempenho do profissional, acabando por neutralizar as reações positivas. Surgem os bloqueios de pensamentos, o raciocínio fica mais lento, ocorrem esquecimentos e, mesmo tendo boa experiência técnica o profissional acaba por não se lembrar e oferece respostas com poucos detalhes. Essa situação é comumente relatada pelos profissionais. Após a entrevista, relembrando as perguntas e respostas, os profissionais percebem as confusões e esquecimentos cometidos, a partir disso surgem outras reações emocionais muitas vezes de arrependimento, culpa, punições e descontentamento pelo desempenho.
Como lidar com todas essas variáveis?
Como todo fluxo processual é importante seguir adequadamente todas as fases que o compõe, ajustando-se às condições solicitadas pelas empresas/consultorias, estando à disposição em termos de agenda, procurando manter coerência de atitudes, transparência, clareza e objetividade.
Entendo que a entrevista tem uma fase que antecede, que também é muito importante: a confecção do currículo. Reforço a necessidade de uma boa redação, clareza, transparência, objetividade e adequação da candidatura para vagas com boa aderência do perfil profissional. Nossa experiência e aprendizado sugerem os seguintes cuidados na fase inicial:
Preparando-se para a entrevista
Como evitar ou diminuir situações de stress, nervosismo e ansiedade quando elas prejudicam a entrevista ou outro aspecto da vida pessoal?
Existem várias ferramentas ou programas de ajuda nessa área, que tem como objetivo ajudar o profissional a lidar com o esse problema. Uma boa vantagem é conhecer-se melhor para buscar maior controle emocional: procure passar por um processo de autoconhecimento para ter maior clareza do seu estilo pessoal, perceber com mais detalhes como você funciona nas suas relações interpessoais, aprender a identificar seus pontos positivos e de melhorias, ampliar sua habilidade de percepção, reconhecer os elementos internos motivacionais e os que desmotivam. Ferramentas de coaching de carreira, Mentorias, processos de psicoterapias, dentre outras podem ajudar muito.
E por que isso é importante?
Pense e reflita como você é, que tipo de ajuda você precisa e tenha coragem. Tome a decisão que melhor julgar importante para você.
Sucesso para você.
ROBERTO MONTI
Psicólogo Organizacional, Consultor, Headhunter e Coach.
MC CONSULTORIA & COACHING
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